VEM VENTO , VARRE
Vem vento, varre
Vem vento, varre sonhos e mortos.
Vem vento, varre medos e culpas.
Quer seja dia,
quer faça treva,
varre sem pena,
leva adiante paz e sossego,
leva contigo noturnas preces,
presságios fúnebres, pávidos rostos só covardia.
Que fique apenas o tronco estreme de raiz funda.
Leva a doçura, se for preciso:
ao canto fundo basta o que basta
Adolfo Casais Monteiro